A 33ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto superou as expectativas de adesão de público do fundador e director Mário Dorminsky, que à Lusa disse que terão passado “entre 40 e 42 mil pessoas” pelo Teatro Rivoli.
Antes da sessão de encerramento e de entrega de prémios do Fantas, no sábado à noite, Dorminsky admitia que, “tendo em conta a crise que se vive”, chegar aos números do ano passado foi algo “fantástico, um êxito”. Mas, no discurso do final da entrega de prémios, o director do festival voltou a criticar “as assimetrias entre norte e sul” do país, admitindo recorrer cada vez mais a apoios estrangeiros, na medida em que, “lá fora, o Porto é em Portugal, não é paisagem, como é considerado por esse ainda micro país chamado Lisboa”. Uma intervenção que foi recebida com uma chuva de aplausos.
"Podíamos já ter saído do Porto por diversas vezes, mas o Norte necessita de nós”, acrescentou Mário Dorminsky, descrevendo “um Norte que diariamente vê fugir para Lisboa, e agora sobretudo para o estrangeiro, os seus jovens mais qualificados”.
À agência Lusa, o fundador do Fantasporto explicou que os cortes no sector da Cultura levados a cabo em 2012 afectaram a 33ª. edição do festival na medida em que, desta vez, “deu muito mais trabalho”, o que considerou um reflexo do “centralismo de Lisboa”.
“Aquilo que era dinheiro foi transformado em serviços”, acrescentou, sublinhando que do orçamento global, “que é à volta de dois milhões e meio de euros”, mais de “um milhão e 700 mil euros são serviços”, o que representou “uma quebra bruta em capacidade financeira de mais de 70 por cento”.
O grande vencedor do 33º Fantasporto foi o filme Mamã, de Andrés Muschietti, que, à Lusa, disse ter sido “o fechar de um ciclo”, visto que, “desde miúdo”, ouvia falar no festival portuense, em que já tinha ganho um prémio com uma curta-metragem com o mesmo título do trabalho que este sábado arrecadou os galardões de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Atriz (a americana Jessica Chastain).
Pietá, do sul-coreano Kim-Ki-Duk, venceu o Prémio Manoel de Oliveira (melhor filme) da Semana dos Realizadores - o realizador de Aniki-Bóbó, que na quarta-feira já tinha sido homenageado pelo Fantasporto, fez questão de voltar ao Rivoli para assistir à sessão de encerramento.
O prémio de melhor filme na secção Orient Express foi também para a Coreia do Sul: The Grand Heist, de Kim-Joo-Ho.
Na lista dos prémios não oficiais, o Fantas homenageou também este ano o realizador António Macedo (Prémio Carreira), os franceses Jean-Loup Passek, patrono do Museu de Cinema de Melgaço, e cuja colecção permitiu a realização da exposição de fotografias dedicada às divas do cinema francês; e Bernard Despomadères, responsável pela programação cultural do Consulado de França no Porto. Recebeu também um Prémio Fantasporto o escultor Paulo Neves, que apresentou uma exposição de obras suas nos átrios do Teatro Rivoli.
Uma notícia de http://www.publico.pt/
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